A arte dos momentos decisivos

É vivendo que nos descobrimos, ao mesmo tempo que descobrimos o mundo à nossa volta.”
— Henri Cartier-Bresson, 1952

Henri Cartier-Bresson (1908–2004) é um dos mais originais, dedicados, influentes e amados fotógrafos da história. Seu trabalho inventivo do início da década de 1930 ajudou a definir o potencial criativo da fotografia moderna, e sua incrível habilidade de capturar a vida em sua dinâmica transformou seu trabalho em sinônimo de “o momento decisivo” – o título de seu primeiro grande livro.

Cartier-Bresson começou a viajar em 1930, quando tinha 22 anos. Por quase meio século ele esteve “na estrada”, e a abrangência geográfica de seus trabalhos e notoriamente ampla. A abrangência histórica é apenas casual – de padrões antigos de uma era pré-industrial a infinita corrida tecnológica da contemporaneidade. No campo da fotografia seu trabalho representa uma parte singularmente rica e desafiadora do século XX.

Os dois maiores desenvolvimentos na fotografia na primeira metade do século foram a revolução nas tradições artísticas e o crescimento significativo da circulação das revistas ilustradas. Cartier-Bresson foi uma figura líder em ambos os casos. No início dos anos 1930 ele ajudou a definir o chamado “modernismo fotográfico”, utilizando uma câmera portátil para capturar imagens únicas de momentos quase furtivos do dia-a-dia. Depois da Segunda Guerra Mundial ele se voltou para o fotojornalismo, e a mágica e o mistério de seus primeiros trabalhos abriram caminho para uma qualidade única e completa de suas fotos jornalísticas.

Antes da dominação da televisão, a maior parte das pessoas via o mundo através das fotografias das revistas e jornais. Nos primeiros trabalhos pós-guerra da carreira de Cartier-Bresson, as fotos do funeral de Gandhi e da revolução comunista na China foram furos jornalísticos. Porém a grande maioria de suas produções mostram situações cotidianas, já que seu objeto de observação era a sociedade e suas culturas.

Desde sua morte, em 2004, nenhuma retrospectiva de seu trabalho era realizada. O MoMA (Nova York) realiza a partir deste mês uma exposição que mostra uma seleção de trabalhos jornalísticos deste que é sem dúvida, além de um fotógrafo extraordinário, um dos mais ousados artistas do século XX. Para nós aqui no Brasil, que não veremos a revelações em gelatina de Cartier-Bresson, resta apenas apreciarmos seus trabalhos a partir do que a web nos proporciona. Confira abaixo alguns grandes trabalhos de Henri Cartier-Bresson.



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